May 13, 2020

Uma ética da leitura na filosofia

Tem uma operação de leitura não-dogmática de textos dogmáticos que conseguiria descrever melhor, mas que acho que é um ponto central se pensar qualquer ética interna à filosofia. Ainda mais que nem sempre conseguimos avaliar bem se o texto é ou não dogmático.

Por mais que seja difícil, me parece infinitamente melhor do que confiar no nosso taco e ir recusando os textos quando parecem dogmáticos. Pois além de jogarmos fora coisas que potencialmente podem nos auxiliar, ainda assim corremos o risco de projetar por n’ razões dogmatismos.

É uma espécie de operação programada de boa fé e de confiança. Vou agir como se” o texto não fosse dogmático, não fosse obtuso, não falasse barbaridades. É claro que existem barbaridades, mas nos casos que tou falando geralmente não aparece com tanta clareza.

Mas claro. É mais fácil denunciar certos autores, tratá-los como inimigos, falar de outros como mocinhos (como o Nail faz, quando, apesar da leitura excelente, dá a entender que tudo poderia ter sido diferente se ao menos escutassem o Lucrécio”).


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Sócrates enquanto um fundador Pensando no texto do Foucault sobre “O que é um autor?” (algo assim) e gosto muito quando ele põe Freud e Marx como >fundadores de um campo< de uma
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A leitura desdogmatizante Mesmo que o Agamben trate os textos dele de forma dogmática, é um erro, eu acho, lê-lo dogmaticamente. Se o texto dele se organiza em algum nível