A dificuldade de se pensar o currículo na filosofia
Acho que a maior dificuldade de se pensar um currículo de filosofia é conseguir lidar com a variedade imensa de tempos de interesse que aparecem na percurso (para o caso mais simples: nem tudo se mostra interessante quando temos contato inicialmente, e só anos depois nos atrai).
Não há mesmo garantia que o interesse possa ser sistematicamente suscitado (a figura do mestre tem um papel, mas não raro o interesse desaparece assim que alguém se afasta do mestre). Por outro lado, certos campos (todos?) exigem desenvolvimento de habilidades que requerem tempo.
Como lidar com 1) o fato de que a filosofia não costuma ser o espaço em que questões aparecem, mas, quando muito, o espaço que elas se consolidam (que motivam alguém a insistir) 2) e também com a impossibilidade de ter uma disponibilidade absoluta para receber todas as questões?
A ideia de que métodos, ferramentas formais, um conjunto de habilidades, técnicas de leitura etc (seja lá como queiram descrever certas práticas de lida com problemas filosóficos) possam ser suificientes também não me convencem pois costuma faltar dar conta do impulso motivador.