O ponto de vista da crítica
Eu tendo a achar que é impossível criticar de maneira global qualquer posição teórica pela dificuldade de se assumir que 1) demanda um certo esforço, que é difícil de manter sem algum interesse e 2) pelo fato de que muitas das discordâncias decorrem de compromissos diferentes.
Mas o que eu acho que é a coisa que me deixa BOLADO é que tem algo muito forte de acaso na maneira como “acabamos” em determinado campo. Antes de entrar nele (e se engajar nos seus comprometimentos) raramente temos capacidade de dimensionar suas implicações.
Sempre me lembro da anedota do filósofo da antiguidade Luciano (não lembro em que texto) que brinca com a ideia do tempo que demora para se familiarizar com uma escola filosófica, e como isso significa que poder dominar as várias escolas para depois compará-las é impossível.
Não significa que criticas sejam impossíveis, mas acho difícil, o que é uma pena. Pois significa que a gente ainda não tem bem desenvolvido estratégias consolidadas para lidar com coisas que discordamos mas que não temos engajamento suficiente (e nem vamos ter). É um problemão.
Hoje em dia uma das únicas estratégias de crítuca que acho válida (proj. STP) é ser capaz de situar positivamente uma teoria num enquadramento teórico mais amplo (de modo que ela se torna inclusive mais precisa nesse ato). Crítica via dimensionalização.