Reflexões sobre a institucionalidade da filosofia a partir do ponto de vista da periferia
Esse texto é muito bom. Essa hipótese do sincretismo (e o valor de posteridade associado ao que se sintetiza) realmente me fez pensar sobre nosso momento. Agora continuo achando (suspeitando) que de fato a filosofia feita aqui segue outra direção (não necessariamente melhor/pior)
Eu realmente sinto que o mundo anglófono da filosofia é outro planeta. E claro, tenho amigos que estão inseridos ali e converso, como também leio aqui e ali as leituras anglófonas da filosofia continental. Mas ainda que haja esse contato ainda parecem disciplinas diferentes.
Por outro lado não dá pra dizer que existe uma “filosofia nacional” como um espaço em que se consome, se reflete e se dialoga (em parte) as mesmas referências. Parece que aqui, salvo a história da filosofia como coluna vertebral do ensino, é tudo uma grande dispersão em nichos.
Por outro lado, diria que nunca me senti tão à parte na institucionalidade filosófica como nos últimos anos (que coincidentemente tem sido o momento em que passei a participar do STP). Então em certa medida não é como se eu vislumbrasse alguma perspectiva de um espaço comum.
Li esse texto citado no post e ainda que tenha algumas discordâncias (achar demais que a grama é mais verde do outro lado e a suposta solução de “simplesmente filosofar”) ele faz um diagnóstico interessante (ainda que diferente daqui também): https://medium.com/@screedwriter/continental-crust-8b1a3f4a254a
Eu pretendia em algum momento escrever um pequeno livro sobre esse tema, a partir de um curso que dei, mas acabei desistindo. Ainda assim, algumas das posições se encontram prefiguradas nesse texto (que realmente acho que tem seu valor): https://www.academia.edu/42167879/Fazer_filosofia_nos_tr%C3%B3picos_uma_quest%C3%A3o_de_vergonha