A fuga de cérebros na era do global scholar
Gosto muito de pensar na figura do “global scholar”, uma figura meio esquisita que ao mesmo tempo que é referendada pelos de lá, ganha moral aqui. Lembro de um texto do Arif Dirlik que tá no “The Postcolonial Aura: Third World Criticism in the Age of Global Capitalism”.
Isso certamente não é algo que tá “desenvolvido”, mas sempre quando penso em “fuga de cérebro” (e que não é motivada por fugas motivadas por perseguições) eu acho que a coisa ganha umas torções meio azedas e amargas, sobre o que dizem para como lidamos com certas figuras.
Acho interessante de ver essas figuras se engajando não é tanto por si mesmas, mas na forma que revelam indiretamente a maneira como parte dos intelectuais que estão aqui lidam e se engajam na política. Os que estão de fora talvez apenas tornem essas distâncias explícitas.
Por acaso estou tenho lido o Críton, um texto em que tentam convencer Sócrates a fugir para fora de Atenas. De duas uma: ou ficar quieto lá e deixar de filosofar (retirar um aspecto público-político do seu filosofar) ou ficar sem sua referência (não haveria mais Atenas para ele).
Nenhuma questão com trabalhar fora do país e/ou agir à distância (não faltam exemplos). A questão que suspeito quando essa participação, essa ação na pólis a distância, se dá por meio de um engajamento na esfera pública (seja oficial, jornalesca, ou em redes sociais).