October 25, 2022

A fuga de cérebros na era do global scholar

Gosto muito de pensar na figura do global scholar”, uma figura meio esquisita que ao mesmo tempo que é referendada pelos de lá, ganha moral aqui. Lembro de um texto do Arif Dirlik que tá no The Postcolonial Aura: Third World Criticism in the Age of Global Capitalism”.

Isso certamente não é algo que tá desenvolvido”, mas sempre quando penso em fuga de cérebro” (e que não é motivada por fugas motivadas por perseguições) eu acho que a coisa ganha umas torções meio azedas e amargas, sobre o que dizem para como lidamos com certas figuras.

Acho interessante de ver essas figuras se engajando não é tanto por si mesmas, mas na forma que revelam indiretamente a maneira como parte dos intelectuais que estão aqui lidam e se engajam na política. Os que estão de fora talvez apenas tornem essas distâncias explícitas.

Por acaso estou tenho lido o Críton, um texto em que tentam convencer Sócrates a fugir para fora de Atenas. De duas uma: ou ficar quieto lá e deixar de filosofar (retirar um aspecto público-político do seu filosofar) ou ficar sem sua referência (não haveria mais Atenas para ele).

Nenhuma questão com trabalhar fora do país e/ou agir à distância (não faltam exemplos). A questão que suspeito quando essa participação, essa ação na pólis a distância, se dá por meio de um engajamento na esfera pública (seja oficial, jornalesca, ou em redes sociais).


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A falta de sentido em “Public Philosophy” Eu amo a invenção (ou o retorno) da ideia de Public Philosophy. Algo que só é possível se você habita um espaço institucional em que o caráter