Uma resistência a falar mal de autores
Uma coisa que eu sempre tive dificuldade de entender (mesmo tendo reproduzido isso já com frequência — hoje em dia tento me controlar mas nem sempre com sucesso) é essa ânsia por “falar mal de autor”. A forma que isso é moeda corrente em círculos intelectuais é algo triste.
Entendo críticas, acho importante. Mas tem umas específicas que incomodam:
descartam a obra por conta de algumas problemas pontuais (e que projetam a necessidade desse descarte para todos, incapaz de aceitar que outros podem tirar outras coisas dali).
Se no primeiro tipo ao menos pode haver avaliações corretas, pior ainda é quando a pessoa sequer lê ou lê mal, de mã vontade, só conseguindo enxergar no autor escrachado (pois se torna isso) os defeitos e problemas que ela mesma está tentando fugir e evitar.
O ruim e o complicado é que a “disputa” me parece um componente essencial do progresso filosófico. Ainda assim parece que é justamente por isso que é importante identificar os bons combates.