Uma reavaliação do problema da moral
Eu era muito alérgico ao tema da moral quando comecei a ler Nietzsche. Quer dizer, ele foi parte da razão dessa alergia ter sido produzida. Ignorando aqui a maneira como esse termo tende a se espalhar em inúmeras direções, nos últimos anos a minha visão tenho repensado isso.
Se ainda não posso afirmar com certeza como descrever a moral fora de uma partilha escolar, tenho sentido cada vez mais que a demanda de uma moral não é em si problemática. Acho que, agora relendo Nietzsche de outra forma, a questão está muito mais nos efeitos dessa moral.
Entender o que aquilo produz, que tipo de vida é permitida a partir daquele conjunto de juízos. A ilusão (que era um pouco aquela que eu estava inserido na ~juventude) era crer que era possível transcender essa situação e se instalar num ponto de vista plenamente ético.
É óbvio que ignorava o elemento genealógico que me parece ser o que inscreve o Nietzsche numa tradição que procura abrir espaço para transformações a partir de uma análise das condições de produção (uma linha que dá pra traçar incluindo Espinosa, Kant, Hegel e Marx entre outros).