Uma possível leitura redentora de David Foster Wallace
Vou morrer acreditando que “This is water” do DFW é um experimento formal no campo discursivo e que o seu conteúdo não deveria ser compreendido de forma imediata como se ele pudesse transcender a sua forma (na verdade acho que é essa “transcendência do conteúdo” que é performada)
Apenas para deixar claro: não digo que o que ele faz não produza afetos, o que acho é que há uma armadilha que é o mito da autenticidade, a ideia de que as ideias ali são apresentadas de forma autêntica e pura, como se não fossem frutos de uma elaboração formal consciente.
Acho que um dos méritos do DFW é justamente conseguir produzir de maneira artificiosa (e nem por isso menos eficaz) uma autenticidade. O que tiro das obras dele é em parte a autenticidade como algo que se constrói e não algo que de tem de modo inerente.