May 18, 2020

Uma leitura periferizante da origem da filosofia grega

Um comentário posterior à polêmica de ontem: pessoal fala da Grécia” como se os caras fossem uma potência hegemônica ultraimperialista em seu tempo. Como fala o Kojin Karatani, o que tem de interessante no momento grego é justamente eles ENQUANTO periferia.

Daria talvez até pra dozer que o cosmopolitismo grego é uma estratégia de navegação que nasce dessa condição de periferia política, de estar sob ameaça constante por impérios mais fortes etc etc.

A percepção dessa condição periférica inverte a intenção de certas apropriações conservadoras, reacionárias e eurocêntricas da grécia”. Se usa-se a pluralidade de perspectivas como condição da humanidade a partir da grécia, isso é algo que decorreria de sua condição periférica.

Não é o centro, a metrópole, o império que traz isso, pois ele é de certa forma o princípio homogenizante. E a leitura do Karatani é fundamental pra isso pois ele mostra que o surgimento da filosofia na Jônia (periferia da periferia) se dá justamente pela sua posição.


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Um comentário sobre as cigarras do Fedro Tem outra coisa aqui de interessante no Fedro, ao menos pra mim, ignorante de boa parte do >scholarship<. As cigarras aparecem no interlúdio entre o