August 1, 2019

Uma leitura kantiana de um trecho do Mênon de Platão

80a-86c no Mênon é um dos momentos mais fodas da filosofia. Acho que uma coisa que ajuda na compreensão da rememoração” nessa parte é pensar em termos de uma memória transcendental (tou roubando do Diferença e Repetição). Não se trata de uma memória empírica de uma alma passada.

É uma avaliação por meio da experimentação das possibilidades dos limites objetivos do pensável. Um movimento de ir tateando mesmo que vai tornando visível (inteligível) um saber que não pode ser empírico (ou seja, não depende da experiência).

Ou seja, essa alma que se rememora não precisa ser compreendida como uma simples vida passada, mas como o elemento justamente que não está relacionado a uma vida específica, como um saber que se encontra na medida em que vai se deparando com limites e caminhos excluídos.

Platão justifica a possibilidade do conhecimento a partir da ideia de rememoração, ou seja, não se trata de aprender, mas despertar aquilo que já teria sido apreendido antes de sermos humanos. Nas margens só consigo escrever: condição de possibilidade/transcendental.


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Sobre a alma que rememora no Mênon O louco do Mênon é que o Sócrates não se satisfaz em dizer que temos conteúdos inatos. O que ele diz (em 86a) é mais complicado, ele fala “não é por
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A busca por um saber obsessivo em Platão Uma coisa que eu acho que tem também saltado muito aos olhos na leitura do Platão é essa preocupação obsessiva com o conhecimento adequado para a