Uma leitura kantiana de um trecho do Mênon de Platão
80a-86c no Mênon é um dos momentos mais fodas da filosofia. Acho que uma coisa que ajuda na compreensão da “rememoração” nessa parte é pensar em termos de uma memória transcendental (tou roubando do Diferença e Repetição). Não se trata de uma memória empírica de uma alma passada.
É uma avaliação por meio da experimentação das possibilidades dos limites objetivos do pensável. Um movimento de ir tateando mesmo que vai tornando visível (inteligível) um saber que não pode ser empírico (ou seja, não depende da experiência).
Ou seja, essa alma que se rememora não precisa ser compreendida como uma simples vida passada, mas como o elemento justamente que não está relacionado a uma vida específica, como um saber que se encontra na medida em que vai se deparando com limites e caminhos excluídos.
Platão justifica a possibilidade do conhecimento a partir da ideia de rememoração, ou seja, não se trata de aprender, mas despertar aquilo que já teria sido apreendido antes de sermos humanos. Nas margens só consigo escrever: condição de possibilidade/transcendental.