Uma avaliação das teorias éticas hegemônicas a partir de Karatani
Eu estou tentando evitar “estudar” (com sucesso) e até pensar (mais difícil) coisas de filosofia, mas uma hipótese que tem insistido é a ideia de ver se é possível mapear três das grandes correntes éticas dominantes no esquema dos modos de troca do Karatani.
Ainda está em estágio embrionário, mas tenho a impressão de que as éticas de virtudes, as éticas deontológicas e as éticas pragmatistas/utilitaristas podem ser compreendidas a partir dos três modos de troca que ele elabora (dádiva-dívida, pilhagem-redistribuição, mercadorias).
O que eu acho que isso talvez ajude a ver é uma espécie de “fundo” material desses discursos éticos. Isso ainda não está totalmente claro para mim, mas talvez ajude a entender um pouco quais as diferentes funções que esses discursos possuem conforme se organizam as situações.
Ainda não sei bem como fazer isso, mas provavelmente vou tentar pegar um par de textos para cada uma das correntes. Um texto mais clássico, outro as leituras mais contemporâneas. A ideia é então ver se essa hipótese de leitura se sustenta num contato com atrito.
A motivação pra isso é uma impressão (que talvez seja totalmente falseada, não importa muito) de que há uma valorização exagerada da “força” do discurso ético. Como se ele fosse uma espécie de chave para ações políticas.