Um teste com a lógica da interpassividade de Pfaller
Vou fazer um exercício aqui a partir do que acho que tou entendendo da lógica do Pfaller no “Illusions without owners”. Não tenho nenhuma pretensão de acertar. Mais do que “acreditar”, tou só testando a lógica que ele emprega (e que posso ter entendido errado) e ver o que sai.
Se a interpassividade é a delegação de um consumo para uma mídia que consome no nosso lugar e também a delegação da crença de que há uma equivalência entre o nosso consumo e o consumo mediado para um público virtual, então dá pra pensar isso no campo da circulação da filosofia.
O que penso é que o uso de jargões efetua essa dupla delegação. Num primeiro nível pois restringir ao jargão nós estamos deixando para ele a experiência de pensar (ou seja, de ter que nos explicarmos). Por outro lado dizemos que fazemos isso para atalhar e simplificar a conversa.
Aí entraria a delegação de segundo nível? Depositariamos em outro a equivalência entre pensar e jargonizar? Talvez numa imagem meio vaga de “tradição” ou de “meio” que seria quem realmente acredita por nós que essas operações são iguais ainda que nós mesmos suspeitemos delas.
Aí a gente consegue jargonizar sem que necessariamente a gente se comprometa com acreditar que é fácil pensar.
De onde viria o prazer dessa delegação? Talvez do fato de que a gente não quer pensar, mas a única forma de conseguir evitar isso seja por meio dessa dupla delegação.