Um elogio dos mestres da vulgaridade
Pensando em autores (que amo) como Flusser, Karatani, Ortega y Gasset, Cassin, que são mestres da vulgaridade. Eles tem uma capacidade de transmitir intuições extremamente complexas de modo bem econômico, sem precisar elaborar sistematicamente os detalhes. Isso é foda.
Acho que é uma pena que esse “estilo” é subvalorizado, pois de certa forma sinto que sua habilidade é levar parte do pensamento a uma dimensão do inteligível [enquanto pensadores do pólo oposto, técnicos, talvez expandiriam o inteligível ao ir além dele].
Uma nota: chamá-los de vulgar não quer dizer que eles não tem perícia, mas apenas que parecem aplicá-la a um outro objetivo expressivo. Isso fica bem claro pra mim quanto à Cassin que enquanto classicista pode ser hipertécnica, mas no filosofar parece mais vulgar (é um elogio).