Sobre pesquisa filosófica extra-universitária
Acho que é fundamental que o mundo de pesquisa não se restrinja às universidades. Acho que inclusive a universidade tem uma tendência de sufocar outras formas de ser/existir a vida do pesquisador. Ainda assim tem algumas críticas que me incomodam por ignorar seu papel reprodutor.
A universidade é/foi um espaço em que a vida de pesquisa é/foi possível em sociedades capitalistas. Ela é um modelo a partir do qual asas pessoas podem viver a vida da pesquisa (não que signifique que seja a única forma de viver a pesquisa ontem ou hoje).
Acho que no frigir dos ovos é um modelo institucional (com todas as suas contradições internas) que tem mais aspectos positivos que negativos. Mesmo sua capacidade homogenizar tende a ser contrabalanceada por elementos críticos de fora e de dentro.
Mas me deixa chocado como algumas pessoas tratam a escolha pela universidade sem considerar que é dos caminhos mais seguros no mundo atual para se poder viver materialmente de pesquisa (mesmo que isso ainda seja pouco).
Se a vida universitária é um luxo cada vez mais difícil de sonhar (por todas as condições, não só no Brasil — após um respiro — como fora), ainda assim é um caminho mais viável que boa parte das alternativas. Nem todos tem condição (tempo) de conciliar outro trabalho e pesquisa.