Sobre os jargões da geração de 68
Eu acho que é muito difícil fugir do jargão em certas ocasiões. E é preciso muito resistir à ideia de que as coisas podem ser comunicadas todas numa linguagem neutra e pasteurizada, mas esse apego e fetiche com nomes só aprofunda o fosso entre conceitos e sua eficácia.
O Maniglier fala algo interessante, no seu livro de entrevistas, sobre a linguagem da geração 68. Ele fala sobre como a geração dele é muito mais “conservadora” estilisticamente, menos piruetas e o escambau. Ele explica isso pelos contextos políticos e exigências de cada época.
Eu concordo em parte com ele. Não no sentido de justificar o estilo da geração 68 (que também é muito mais plural e inteligível do que geralmente se diz sobre eles), mas no sentido que, nesse momento ao menos, se perder em um deslumbramento de um nome mais prejudica que ajuda.