Sobre o mimético e o poético nas artes
Vou virar uma espécie de Heidegger de quinta categoria e começar a defender que o grande problema do campo artístico na história do ocidente é a confusão entre poiesis e mimesis, entre o fazer e representar, que destaca o representar como essência do artístico esquece o fazer.
Isso é uma espécie de brincadeira, mas eu tenho pensado muito sobre como a compreensão (muitas vezes implícita) de práticas artísticas como representativas (no limite como involuntariamente especulares) são causa de muitas confusões, sobretudo ao escamotear a produção.
Isso são uns pitacos altamente influenciados pelas análises do Sérgio Ferro, que pra mim de alguma forma organizam o meio de campo e até deixam entender com um pouco mais de clareza como a representação (o aspecto mimético) é um caso do fazer (o poético).
Eu estou longe longe MUITO LONGE de conseguir elaborar de maneira consistente e sistemática o que tou dizendo aqui, mas acho que de alguma maneira o Artes Plásticas e Trabalho Livre II mostra NA MÃO (ou seja, na análise do processo produtivo do Manet) o fazer livre como arte.