Sobre a relação entre desejo e saber na filosofia
Acho que é inegável que há uma relação forte entre desejo e saber que é constitutiva da filosofia. Eros é sem dúvida um elemento fundante da atividade e O Banquete do Platão é um fato que atesta isso com bastante força.
Mas pensando aqui, talvez seja preciso distinguir entre diferentes níveis desse desejo. Acho que há claro um desejo do sujeito filosofante, o seu amor ao saber (seja como for esse amor ao saber, seja como ele varie a partir da maneira que o sujeito se constitui e é constituído).
Por outro lado há um desejo imanente ao próprio “saber”. Eu acho que as constrições (limites?) “lógicas” que surgem no campo do saber (desde os impasses no Parmênides ou os impasses da crítica Kantiana) atestam para um movimento próprio à abstração que implicaria outro interesse.
Por fim acho que tem interesses institucionais que mediam as relações entre o sujeito filosofante e a própria filosofia. Aqui entrariam tanto instituições concretas como escolas, a igreja, universidades etc, como bolsões mais amplos e menos materiais como tradições ou correntes.
Talvez a dificuldade de navegar tenha a ver com o fato de que nem sempre esses interesses se alinhem, muitas vezes eles entrem em conflito.
Enfim. Apenas umas >>hipóteses<< para procrastinar o texto que tou escrevendo.