Os limites de uma teoria crítica negativista
Ainda que seja um livro curto e simples, eu gosto bastante do livro do Badiou “Ética — um ensaio sobre a consciência do mal” pois ele resume muito bem alguns problemas em que uma teoria crítica [em sentido amplo] negativa demais pode acabar recaindo.
Uma discussão semelhante acontece de maneira menos sofisticada no Lísis de Platão (que reli recentemente) em que se avalia os problemas de pensar certas virtudes (no caso a amizade) a partir de seu negativo.
Isso me lembra que inclusive gosto muito da ideia presente no Fedro que “ser tomado pela loucura do amor” é um ponto de vista que em vez de tornar a realidade mais confusa, acaba permitindo que se ganhe ainda mais clareza sobre as situações.
A ideia é uma loucura (seja no amor, na arte, na política ou na ciência) pois ela é em alguma medida a promessa de que o mundo é mais do que sua configuração atual sem que isso implique num idealismo vulgar em que as coisas precisam se adequar a um ideal.