O papel da literatura secundária em filosofia
Eu entendo a importância de literatura secundária introdutória. Mas as vezes sinto que como é minha “área de trabalho” eu não vou estar fazendo meu trabalho direito se não for direto à fonte (ainda que, inicialmente, mediada por literatura secundária - embora não goste).
Isso é uma questão que peso muito. É um problema, não consigo não me envolver com o que vou ler de uma maneira superficial ou leve (isso é bom, na maior parte das vezes, mas em alguns momentos de incompreensão é horrível), ainda mais que não posso usar se não encarar diretamente.
Sei que cada pessoa faz diferente, até porque tem usos diferentes, e eu mesmo não sei direito o porquê de fazer assim, mas sinto que não poderia, por exemplo, construir algo a partir de Kant partindo e dependendo exclusivamente de literatura introdutória pra fornecer ideias.
Em alguma medida eu tenho entendido que tem um elemento do pensamento que é gerado no próprio contato com o texto (o ~diálogo da alma consigo mesmo~) que me parece o mais essencial. Uma espécie de esforço de auto-re-produção dos conceitos que estão ali elaborados.
Mais do que simplesmente “compreender o seu sentido”. O que falo é uma espécie de capacidade de gerar esse sentido de maneira interna. E nesse sentido o mais importante do texto não seriam os conceitos “textuais”, mas a dinâmica conceitual que aparece na leitura.