O mito do “caminho acadêmico natural”
Amigo meu acabou de comentar de um concurso em cidade do interior, fora dos grandes centros, com 49 inscritos. Eu sei que as pessoas vem com boa fé, mas acho que isso é meio o fim daquela ideia de que “tem que buscar locais de fora”.
Isso sem contar a) o custo de viajar para longe de onde se está (os custos vão pra casa dos milhares de reais) e b) o caráter problemático dessa onda de pessoas dos grandes centros ocupando “temporariamente” vagas em locais fora de onde desejam ficar até conseguirem voltar.
Nada contra quem resolve tentar esse tipo de coisa (acho que é uma aposta, ainda mais nesses tempos tão difíceis em que a coisa vira literalmente um investimento de alto risco), mas acho que tem que acabar essa história de que há um “caminho natural”.
Ainda tem um detalhe muito gostoso vindo no horizonte que é que com a ausência de bolsas de pós-doutorado (e com as exigências de trabalho das vagas de substituto) vai se tornar cada vez mais difícil a dedicação enquanto pesquisador, o que vai aumentar as distâncias competitivas.