O “gol” que falta para a história da filosofia
Eu sei que reclamo muito da especialização em história da filosofia mas ao mesmo tempo me interessa demais esse movimento pois acho que de alguma forma é a formas do campo aspirar a uma cientificidade. Parece que tem algo relevante mudando na prática filosófica nesse movimento.
A forma de organizar o saber se modifica de modo que o filosofar se torna um detalhe no mesmo sentido que pro Parreira “o gol” é um detalhe.
O que falo não se aplica ao campo como um todo (o campo anglófono se organiza de outra firma), mas acho que se a gente pega autores reconhecidos como filósofos recentes são todos também de alguma forma historiadores.
Mas eles se relacionam com a história de uma forma diferente que um Aristóteles, Espinosa ou Hegel se relacionam com a história da filosofia. O que tá em jogo é um autor específico (que implica uma posição no mercado de trabalho da fiosofia) ser o ponto de partida do filosofar.
Eu tou circulando muito nisso desde que dei o curso recentemente sobre o desejo da filosofia. Infelizmente ainda acho que tou muito no nível da impressão, mas acho que tem algo interessante que é que a própria filosofia fica sem lugar por conta da hegemonia da ciência histórica.
Eu leria isso como uma oportunidade em termos de renovação da filosofia se isso não implicasse (sobretudo na conjuntura atual) da destruição da carreira de tantos profissionais do campo.