O esquecimento do autor da Gramatologia
As vezes eu gosto de pensar que só conseguirei reler a Gramatologia e “A escritura e a diferença” (e aproveitar esse livro de uma forma que até acho que tem potencial) quando eu conseguir separar mentalmente o Derrida dessa época do que ele virou depois.
Nada contra, tenho até amigos que gostam, gente muito respeitada que acabo respeitando demais. Mas por aqui bate uma preguiça do personagem (“se perdeu no personagem”) que acaba virando mesmo quando fala coisas legais e interessantes.
Sonho então com esse momento em que lerei a Gramatologia como um livro escritor por um autor que depois nunca mais acabou escrevendo nada ou que tudo que publicou foi meio que ignorado pela tradição.
Disclosure: tive uma fase derridiana na graduação (inclusive meu segundo artigo publicado era sobre Derrida e Vila-Matas), mas acho que na época estava longe de ter um aproveitamento satisfatório das boas ideias que tem na sua obra (eu era muito deslumbrado com blanchotianismos).