O elemento erótico-amoroso da história da filosofia
Pensando se a relação da filosofia com sua história não tem a mesma estrutura triangular que a Carson enxerga na estrutura do Eros ( amante : [barreira, que pode ser um outro, o tempo, as circunstâncias] e o amado). O acúmulo de ruído funcionando aí como o “entre” do eros.
Pois o ruído que se acumula é doceamargo (pra continuar com a Carson). É ao mesmo tempo o que nos impede de alcançar o objeto visado mas também é aquilo que o constitui como visado. O movimento de atravessar o ruído e filtrá-lo é em parte a graça.
Pensando também em tentar investigar a própria maneira como a Carson faz esse movimento esquisito de atravessar o tempo. Enfim, tomá-la como um caso para iluminar um problema seria um trabalho interessante de fazer. Ainda poderia aproveitar o ~ferramental platônico.
Se a gente leva a sério a Carson e as leituras midiáticas, as investigações platônicas do amor (O banquete e o Fedro), sobre o problema da comunicação, procuram tentar elaborar a natureza dessa distância, o que pode ajudar entender o que significa esse gesto de volta constante.
A relação da filosofia com o seu passado é muito esquisita. O passado não deixa de ser fonte constante de novidade, apesar do texto nunca mudar. Ainda assim, sem os problemas presentes novidade alguma brotaria. É uma tensão que me parece bem carsoniana.