O discurso teórico hipnótico
Tou postando isso aqui sem ter lido pois a primeira vez que vi a Mayana foi uma apresentação sobre o calcanhar de komarov e foi uma das experiências mais hipnóticas que já tive com um discurso teórico. Ela simplesmente conseguiu transmitir uma VIBE https://t.co/FyTaybaYsI
E eu tava até conversando sobre isso esses dia sobre como eu acho isso impressionante, invejável, essa capacidade de transmitir uma espécie de “sensação” que conteria em si um certo “clima” de uma “visão de mundo”, de uma “teoria”, de uma “ideia” num discurso não-ficcional.
Pois mesmo que o texto seja bem construído, que tenha argumentos, eu lembro que o que me pegou ali e que vejo como uma espécie de objeto desejado da filosofia, foi a capacidade de concentrar e transmitir para além de argumentos explicitáveis uma certa >>impressão<< do real.
Tá tudo meio vago e meio esquisito o que tou falando, e acho que tem com também as razões de eu invejar esse tipo de discurso. Pois acho que o filósofo tende a desejar isso mas compensa da única forma que ele consegue, que é emitindo uma falação sem fim e com zero concentração.
É como se a única coisa que aquele que é filósofo consegue fazer (na minha tipologia) é continuar falando e falando e falando nesse burburinho incessante que espera produzir alguma parte daquele efeito que ele inveja se utilizando de procedimentos inversos ao discurso sintético.