May 12, 2022

Esboço da história ferriana da escrita

Chegando à conclusão (Sérgio Ferropilled) que qualquer variante de livre-pensador” (filósofo, humanista, literato, poeta, ensaísta) é apenas um tipo de atividade que se autonomiza (em parte) e obscurece sua relação com os outros trabalhos envolvidos na produção de texto”.

Acho que fico curioso com entender a história da escrita não apenas como uma arte” do bem escrever” (embora exista) mas como uma atividade que envolve vários tipos de trabalho que acabam produzindo aqueles objetos que identificamos como textos.

Isso incluiria o trabalho dos escribas na antiguidade, dos copiadores (muitos escravos?), dos livreiros (onde se faziam as cópias do livro e não apenas vendiam, tradutores, dos editores, tipógrafos, dos monges copistas, da massa proletária atual das editoras modernas.

Incluiria também aquela enorme quantidade pessoas que escrevem textos não-livres” que são feitos em quantidades inumeráveis para as mais diversas finalidades (escritores de textos técnicos, escritores de materiais didáticos, escritores de leis, dos documentos mais variados).

Não acho isso um trabalho simples, mas sinto que talvez encarar a produção textual” do ponto de vista da organização” desse objeto pode jogar um pouco de luz sobre o que é esse campo para além dessa circunstância atual em que vivemos em que escritores são tidos como gênios”.

Não era minha intenção inicial (visto que foi um texto bem circunstancial), mas comecei a pensar nessas questões aqui nesse texto, onde acho que aparece (ainda que marginalmente e sem ser nomeada) a questão do que seria uma escrita comunista”: https://metacomentarios.substack.com/p/alguns-comentarios-sobre-o-futuro?s=w


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