August 4, 2019

Dois tipos de leitores de Platão

Nas minhas leituras dos comentadores de Platão tem 2 tipos: O que tenta apontar os erros do dele (as vezes de modo triunfante, as vezes de modo envergonhado) e tem aqueles que partem de um princípio de caridade e procuram ver o que precisa ser entendido pra aquilo ter sentido.

Eu confesso que acho bobo o primeiro tipo. Não é tanto que eu esteja dizendo que Platão não erra” (embora a categoria de erro, como diz o Deleuze no Diferença e Repetição, seja lamentável na hora de pensar filosofia), mas por ser um movimento meio estéril geralmente.

O que gosto no segundo movimento é que pra fazer a coisa encaixar é-se obrigado a oferecer soluções e isso em certa medida é um movimento do pensamento. [ainda pensando no pequeno ensaio da Desjardins sobre Mênon]

Pra não ficar só com um exemplo do segundo tipo, acho o ensaio do Vlastos sobre o terceiro homem, nesse sentido, lamentável. Um ethos de superioridade bobo olhem como eu encontrei esse limite no Platão que mostra seu esforço corajoso mas fracassado que poderá nos inspirar!”

Fica ainda melhor ler esse texto e depois ver a resposta do Sellars que estraçalha completamente a leitura dele com uma elegância que só ele.


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Sobre o ódio à teoria O ódio da teoria é na verdade um ódio profundo da prática. Apenas pra não deixar no ar. Não é que “teoria seja prática” (não tou me comprometendo
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Sobre o Sócrates parteiro Eu gosto muito da imagem do Sócrates como parteiro que é apresentada no Teeteto. O que me interessa são alguns pontos específicos: Primeiro, a ideia