Contra o excesso de análises de conjuntura
Venho publicamente concordar com a minha colega @lpuentofinal de que excesso de “análise de conjuntura” é um dos mals que assola nossa esfera pública e que um dos responsáveis por isso (ainda que as dele sejam excelentes) seja o Paulo Arantes.
Por um lado a análise de conjuntura parece um sopro do espírito do esclarecimento e a promessa que o conhecimento da situação é um passo para a sua transformação. E por mais que eu concorde com isso, entendo também que isso feito em excesso pode se tornar patológico e ilusório.
Por um lado, se a gente leva em conta um fenômeno de transformação da política num campo hobbyficado, fica parecendo que isso basta. Que desvendar as cortinas do presente é o suficiente. Por outro também ignora que uma contraparte sistemática pode também ser útil.
Se por um lado a análise de conjuntura parece ser importante, me pergunto se não tem faltado uma explicitação dos valores desejados (“ideais”) e que inclusive orientariam essas análises (por lhe darem o crivo).