Comentários sobre o departamento ultramar de Paulo Arantes
Não é nem que eu concorde (ou discorde), mas eu adoro esses momentos que o Paulo Arantes desliza da pose e trai seu gosto pela filosofia (no caso explicando aqui [no livro Um departamento francês] o rendimento possível de um estudo filosófico focado em historiografia).
Não sei que drogas que as pessos tomaram pra achar esse livro uma grande apologia à usp (se você está fora dela) ou uma ofensa à usp (se você for uspiano. Uma pena, pois meio que deixa invisível o esforço de ir mapeando pontualmente algumas tendências que apareciam lá.
Claro que o tom memorialista em alguns momentos não esconde a saudade do autor pela sua juventude. Ele mesmo está bem ciente disso e não esconde. Mas achar que disso significa que tudo o que tá ali é da ordem do elogio ou, pior!, uma defesa cega me parece um pouco exagerado.
O que eu tiro desse livro é a tentativa de pensar e explicitar as relações institucionais que configuram as reflexões filosóficas (com toques mais ensaísticos-memorialísticos do que quando aplicados ao campo alemão e francês).