Comentários a partir da demanda de “sua avó entende sua tese?”
Não vou nem entrar no mérito da falsa oposição entre linguagem técnica e linguagem vulgarizante (de divulgação).
Mas a questão das teses não serem explicáveis “para avós” me parece ser menos uma falta de inteligibilidade e mais uma falta de clareza das implicações existenciais.
Ficou corrido esse final por causa do limite de caracteres, mas falo de uma certa burocratização do campo do saber que é até certo ponto inevitável dado as condições atuais. O problema é que a gente não se envolve nesses campos também sem se envolver de certa forma.
O dilema é que eu acho que a relação “apaixonada” acaba meio que sendo recalcada no campo de saber, por mais que esteja ali, o que implica que nós não temos um espaço pra trabalhar o nosso próprio afeto com relação ao que pesquisamos.
[ok, acho que viajei, mas enfim]
Isso tudo pra dizer: se essa questão sempre volta (por mais cansativa que seja), talvez seja questão entender o porquê dela voltar. E acho que a verdade desse questionamento (por mais que se formule de modo a apresentar alternativas equivocadas) passa por essa alienação.
último ponto (levantado um pouco pela questão que o @galdino_bot trouxe):
- A sua avó quer saber o que você estuda?
- ) E caso ela queira, ela se esforçou pra isso? Tentou entrar no seu mundo [ou construir um comum?], pois senão fica difícil.
[e de novo, o problema existencial]