Comentário breve sobre a antifilosofia de Paulo Arantes
Infelizmente o Paulinho está me forçando a voltar com a ideia de reler suas discussões meta-filosóficas (Ressentimento da dialética; Um departamento francês ultramar e agora esse) para organizar pra mim mesmo o que acho que é a sua grande contribuição como filósofo.
Melhor que as análises de conjuntura do Paulo Arantes (que inclusive incorporam demais leituras francesas, como Foucault — o que indica que a questão dele com o pensamento francês é outra) é a análise da experiência intelectual da prática filosófica.
Inclusive eu acho que a grande conquista dele (pelo menos pra mim, e sobretudo quando li o Fio da Meada, que me impactou demais), é deixar muito claro um certo elemento ridículo na atividade filosófica quando reduzida a mera disputa de “sistemas metafísicos” divergentes.
O negócio é que eu acho que o tipo de leitura que ele faz, ainda que você possa traçar aqui e ali umas referências me parece muito sui generis. Foi com ele que eu comecei a pensar a ideia de antifilosofia, embora eu acho que esteja subdeterminado.