As transmissões inesperadas na filosofia
Uma coisa que sempre me fascinou na filosofia é a maneira como a transmissão de ideias, valores, princípios nem sempre se dá na superfície do texto. Aquilo que alguém intencionava transmitir nem sempre é aquilo que dá tração em outros contextos e que se mostra mais interessante.
Eu sempre me lembro do Mênon, do problema da transmissão da virtude, pois acho que de alguma forma ali as “incompreensões” históricas que abundam na filosofia parecem ser uma forma tateante de explorar as formas que se transmite algo que não está na letra do texto.
O problema é que as vezes aquilo que não está na letra do texto nem mesmo é totalmente visível, inteligível, para a pessoa que escreve o texto. De alguma forma o problema é a transmissão do “espírito” (por falta de palavra melhor). Mas o que ele é está sempre a se determinar.