Algumas misérias sobre a cultura do artigo filosófico
Dilemas da academia: revistas acadêmicas exigem textos rigorosos, que dêem conta de cada passo que dão mas ao mesmo tempo isso é avaliados por pareceristas nem sempre preparados e/ou dispostos a sair de si (esse esquema é repleto de situações de abuso por parte de pareceristas).
Por outro lado raramente esse tipo de texto circula. É assim na filosofia. O gênero artigo não costuma ser atrativo. Não apenas em gente de fora, mas mesmo entre os pares o ato de se ler é raro, salvo se você está num nicho de scholars específuco. Se gasta tinta pra não ser lido.
Ainda poderia falar sobre como a falta de transparência nas avaliações acho que só complica pois parâmetros idiossincráticos rolam soltasos nesse meio. A nossa tendência é inclusive acreditarmos que estamos sempre sendo perseguidos sem nunca sabermos se mandamos mal ou não.
Por outro lado qualquer tipo de publicação fora desses termos é quase sempre irrelevante para a academia, para a valorização do currículo. Diante do tempo finito, a gente é obrigado a abrir mão de espaços diferentes, com seleções diferentes que poderiam gerar textos diferentes.