A gravitas do discurso filosófico francês
Eu tenho a impressão que o sucesso de uma filosofia francesa tardia (Latour, Badiou, Stengers, Zizek [francês por formação]) está ligada a produzir um discurso que, diferente daquele dos mundos anglos, ainda tem uma certa ~gravitas. Você sente que tem algo de real em jogo.
Tanto que boa parte dessa geração posterior inspirada nesses franceses (fora exceções), ainda que façam trabalhos muito bons, não produzem a sensação de que o que está sendo discutido é FUNDAMENTAL. É uma coisa meio burocrática, cumprindo tabela.
Nada contra o discurso em tom baixo, mas acho que até esse precisa ter a ~gravitas do tom baixo (é o jeito que um Murnane escreve, por exemplo, na literatura).
Sei lá, essa vibe meio fleumática, meio “sou apenas um funcionário do GEIST” é algo que acho enfadonho (ainda que aprenda algo aqui e ali), não me dá tesão. É diferente, por exemplo, de um Freud, que escreve “burocraticamente” mas tu sente que tá ali destrinchando a ALMA.