October 24, 2020

A falsa-impressão dos jargões

Suspeito que ficar se apoiando em jargões/buzzwords funcione na ~esfera pública~ pois ele é uma forma de delegar o pensar à uma palavra. Se isso funciona talvez seja porque o próprio ato de pensar é também um movimento de delegar o pensamento a outro (mas no caso à ideia).

Acho que tem uma semelhança que permite confusão pois ideias também não tem como aparecer positivamente desconectadas das palavras, dos discursos. Daí ser tão fácil acreditar que quem tá usando as palavras do momento tá pensando, pois ela em tese estaria também saindo de si.

Claro, pra isso faz sentido tem que pressupor toda uma ideia de que nós não temos ideia, de que quando pensamos estamos na verdade apenas realizando o movimento de se desvencilhar das nossas opiniões em direção a algo fora de nós e inteligibilizável.

Enfim, preciso reler O Sofista.


Previous post
Uma outra forma de olhar o aprendizado filosófico É bem interessante esse texto, pois se por um lado acaba com meu sonho (por ora) de aprender a navegar na matemático, por outro me fez entender um
Next post
Como dar sentido para a ética atualmente? Pensando na ideia de filosofia qua ética. É meu espinosismo reverberando aqui, mas me chateia pro tanto de gente que tem trabalhando (e gente boa)