A distância entre a nossa percepção e a quantidade de informações que nos chegam
De fato é um drama que a nossa percepção não esteja a altura de conseguer recolher a quantidade de informação que chega a até nós. É simplesmente impossível conseguir abarcar tudo.
Por um lado os meio técnicos que permitem processar e organizar esse excesso até existem (são criados etc), por outro o seu processamento acontecer em uma escala além da nossa capacidade acaba nos excluindo do processamento, nos forçando a abdicar da compreensão do que se passa.
É como se a gente precisasse abrir mão de entender certas coisas? De que precisariamos conseguir compreendê-las para conseguir participar delas?
Isso parece meio contra intuitivo pra como percebemos usualmente, pois parece ser fundamental entender as coisas, conseguir visualiza-la na cabeça, produzir um discurso sobre que a torne inteligível.
Mas talvez seja apenas uma confusão que deixe de lado a especificidade dessa operação da percepção. Talvez não é que a compreensão seja necessária à participação nas coisas EM GERAL, mas é que a compreensão seria a forma de lidar com o que é do nosso tamanho via a percepção?
Agora o interessante é que já fazemos várias coisas que também são participações que dependem da abdicação da compreensão. Eu acho que em alguma medida a boa filosofia já é isso (mas como exatamente eu ainda tenho tentado descrever). A arte também, quando lida com excessos.