A centralidade do amor para a filosofia
Eu tou relendo passagens do Eros pra preparar minha apresentação da semana que vem e é impressionante esse livro.
Certamente está entre os poucos livros que me fizeram pensar diferente. Abriu todo um campo de problemas e questões que, ainda que existisse, ficava subordinado. Inclusive o próprio Platão se transformou nessa leitura e passei a entender um enorme ponto cego que tinha com ele.
Depois de muitos anos sem conseguir entender finalmente caiu a ficha a centralidade de um diálogo como “O banquete” na obra platônica. Claro que eu “”entendia””, mas ainda assim não via como ali se entrelaçava filosofia com a prática a partir da situação erótica.
Passei muito tempo tentando entender de que modo aparecia a filosofia como um certo movimento natural da própria vida prática. Até tinha lido os comentários de Hadot e Foucault sobre a relação entre filosofia e amor, mas a coisa sempre aparecia de modo vago ou irrelevante.
Agora eu vejo que a terceira parte da minha tese (e a parte final da segunda) teria que toda ser re-escrita segundo esse ponto de vista. O que faltava ali pra entender a eficácia do conceito era conseguir entender direito o gatilho pra sua elaboração. Pois a eficácia é atenção.