A ambiguidade da rede mundial de computadores
Tenho pensado muito sobre como se portar na internet e acho que deve ser um misto de dificultar e intelibilizar que é simultâneo. Por um lado eu acho clareza fundamental, por outro tendo a achar que é importante resistir à facilidade de se tornar conteúdo, mais um conteúdo.
Isso é tudo prévia para o que seria algum dia uma “ética/etiqueta” da/na internet. De alguma forma acho que a clareza e a inteligibilidade tem que servir como uma espécie de forma de EMPERRAR E TRAVAR o circuito infinitos de conteúdos que povoam esse espaço. Um “espessamento”.
O que acontece é que um dos maiores predicados que descreve esse espaço é uma aderência escorregadia. Se você não toma cuidado você acaba gastando seu tempo como se nada tivesse acontecido (fora a ressaca temporal que faz você se perguntar “pra onde foi o tempo”).
tava escutando a entrevista da Jenny Odell com o Ezra Klein (recomendação da sempre certeira @aaaammandaaaa ) e um procedimento que ela comenta para ir contra essa tendência (que eles discutem lá sem nomear nesses termos) é a elaboração do contexto nos objetos que tratam.
Acho que isso é uma ótima forma de emperrar a máquina que alia inteligibilidade com freio pois a operação não é uma que produz hermetismo, pelo contrário, ela vai progressivamente dificultando a sua capacidade de sair desse “objeto” em direção a outro.
O contexto faz a gente gastar mais tempo em um certo local (faz a gente perder tempo) e, por outro lado, acaba fazendo com que seja mais difícil botar tudo em termos de uma equivalência geral, pois o objeto vai se singularizando.