Sobre o Nietzsche de Kittler
Lendo texto do Kittler sobre Nietzsche [Nietzsche (1844-1900), em A verdade do mundo técnico]
Mind = blown
De fato fica bem claro via esse texto algo que já aparece em Foucault e Deleuze de outras formas (em leituras de Nietzsche): as análises devem procurar ver a realidade que se apresenta como soluções para problemas (se qualquer “ontologia do presente” é o que se deseja fazer).
Ou seja, não olhar para o mundo como se as coisas fossem explicações, mas como se fossem elas mesmas soluções pra disputas e conflitos, para instabilidades, geralmente fruto de forças que se autonomizaram e por isso cairam em conflito.
De certa forma o mistério que se põe a resolver acaba sendo entender quais são as forças que se autonomizaram pra criar as circunstâncias atuais, em que condição se separaram e se estabeleceram contra sua origem a ponto de se voltar contra ela e existir para além dela.
Depois de ler esse texto eu acho que ficou claro pra mim minha preguiça com leituras de nietzsche e “metafisica da arte” que abundam por aí. O problema é levarem pouco a sério o caráter fisiológico (e midiático, como mostra Kittler) dessa relação.
De modo que acho que pra retomar esse tema eu apenas diria que a forma interessante é passando pelo viés kittleriano que enxerga tudo em termos de uma “história dos narcóticos” e não essa defesa meia boca do dionisíaco e da “força criadodara” da arte.