July 16, 2021

Sobre não exister um fora do texto”

Pode ser que não exista fora do texto”, mas talvez justamente por isso se pode ler outros tipos de texto.

Apesar de amar barthes, ou justamente por isso, aquela ideia de literatura que ele elabora na Aula” como ciência das ciências, parece sintoma de uma relação com referências textuais” que é mais empobrecedora do que qualquer outra coisa.

Não que ache que os philosophes dos 60 caiam nessa leitura (nem o Barthes, que é mais rico do que a imagem que ele as vezes faz de si mesmo). Foucault, Deleuze e Guattari lidam com textos de forma bem rica. Penso especialmente no Mil Platôs, que pra mim ainda é um mistério.

Mas há de se perguntar porque essa imagem meio esquisita de literatura emergiu a partir desses autores. Seja para critica-los, seja para elogia-los. E enfim, me parece que até vai na contracorrente do que eles de fato fazem quando mexem com textos.

Inclusive acho que isso tudo talvez nem faça muito sentido claro fora da minha cabeça no momento (talvez eu esteja querendo evitar trabalhar — mas tudo bem, o expediente acaba em breve), mas tenho de fato pensado como qualquer saída só pode se dar também pelos prórprios textos.


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Sobre o peer-review A Ju acho que foi certeira demais. Eu realmente não compreendo como se naturaliza o sistema peer-review como a forma mais apropriada de avaliação