April 5, 2020

Sobre desejar a morte de outro

Meu pitaco (que ninguém pediu sobre o assunto de hoje: Desejar a morte do outro não é tanto algo que a gente tem ao nosso controle. Na verdade policiar a >origem< desse impulso soa muito problemático e deve ser a fonte de inúmeros problemas que as ciências da psiquê vão lidar.

Talvez mais do que refrear esse impulso (que como o que é da ordem do desejo é algo que sentimos, não algo que voluntariamente criamos/elaboramos), seja pensar como lidar com ele após seu aparecimento, refletir sobre ele, sobre sua fonte e seus problemas sem negar que apareceu.

Caso contrário o risco é postular um modelo de santo. Alguém que não sente nada de ruim, visto que ter dssejos incontrolados impuros já seria a fonte do pecado. Por isso acho que é atingir um equilíbrio entre aceitar que se sentiu isso sem por isso tomar como verdadede absoluta.

Não é porque desejamos que isso é bom (inclusive Espinosa já dizia algo parecido no início do livro III da Ética). O desejo é uma parte de nós mas não precisa constituir toda a nossa verdade. É pra ajudar nisso que deveria servir algo que podemos chamar de razão.


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História da filosofia como anti-modismo Acho que uma das virtudes da história da filosofia (enquanto procedimento) é funcionar como uma espécie de força anti-moda. Uma leitura