Problemas no sistema de publicação na filosofia
Tem questões boas nesse artigo e isso expõe minhas preguiças com filosofia profissional. é a cultura de artigos chatos que ninguém quer ler e que na maior parte das vezes são revisões da literatura ou debates sobre qual a melhor linha interpretativa: https://thepointmag.com/examined-life/publish-and-perish-agnes-callard/
Revisões bibliográficas e disputas hermenêuticas podem ser interessantes, mas se você olha os índices da revistas a maior parte das coisas dá uma vontade de não ler. Sem contar as exigências desse tipo de artigo que acabam sufocando qualquer mobilidade maior que o autor pode ter.
O que me faz pensar um tema que sempre tive vontade de estudar, que é a pergunta pelo “gênero literário” da filosofia, já que as práticas textuais filosóficas são as mais variadas possíveis. Mas enfim. Soframos mais um dia com o estado das coisas.
No fim das contas todo artigo acaba sendo igual, pois todos tem que dar conta do estado da arte, todos tem que mostrar todos os detalhes das afirmações e todos tem que ser escritos da mesma forma. Meu problema não é tanto apenas com isso, mas que isso seja a única forma de fazer.
E nem é que eu defenda escritas poéticas (não defendo), mas acho que rola um sufocamento já que a cultura de publicação está atada às chances de conseguir emprego. No fim é como se a gente apenas ficasse fazendo eternamente trabalhos de graduação, apenas cada vez melhores.