O sujeito da guerra híbrida
O que eu acho que confunde nessas horas de falar de guerra híbrida ou de inteligência dos militares é pensar que o sujeito dessa guerra híbrida é algum militar ou algum conselho de militares. Acho que o problema é que quem é o sujeito inteligente (quem age) é a organização.
Claro, não tou falando se eles de fato fazem guerra híbrida ou não (deixo isso para os militarólogos), mas acho que é importante separar os “níveis” de inteligência. Não é preciso ter indivíduos inteligentes num corpo social para que este seja por si inteligente (tipo um estado).
Acho que um dos fios de questão que me interessa é: pensar a inteligência/percepção/ponto-de-vista não como uma instância fixa, mas como uma instância que é determinada pelo que é relevante em determinada situação.
Acho que a gente poderia pegar a fórmula icônica do perspectivismo e pensar que se você não entende o que está acontecendo, não é pela situação não fazer sentido (sobretudo se a destruição segue operando), mas por você não ser o sujeito [perspectiva] da operação.
Eu acho que a gente não tem uma gramática pra transitar entre esses ambientes de modo simples, embora eu ache que alguém como o Espinosa em sua Ética começa a fornecer algo nessa ordem: sobretudo se misturamos a física dos corpos junto com sua teoria do conhecimento (livro II).