O problema da orientação em Cusk
Bem feliz de perceber ao longo do Kudos (último volume da trilogia Outline da Cusk) que as palavras “self” e “truth” aparecem explicitamente como um problema (junto com a ideia de “viver uma vida verdadeira”). Parece óbvio pra quem lê o livro, mas é bem foda ver explicitando.
Sujeito, verdade, perspectiva, orientação/desorientação, contornos, bem, mal, justiça. A Cusk é uma moralista fina, que retoma esses termos e questões todos sem tratar eles como velharia recuperada de um armário esquecido.
A Cusk consegue — com o gesto de se esvaziar — produzir um discurso sobre o sujeito e suas verdades que é ao mesmo tempo singular (os contornos dessa história não dizem respeito à mais ninguém) mas generalizável (pois as formas da singularidade do sujeito são inteligibilizadas).