O excesso de palavras
Extremamente irritado com o fato de que minha tese é simplesmente um excesso de palavras que acreditam que esse palavrear todo é alguma coisa.
Não que eu ache que precise ser assim. Mas acho que um dos efeitos de ter tido uma formação meio irregular é que eu realmente demorei muito tempo pra entender (ao menos pra mim) pra que serve um texto, o que significa a eficácia de um texto (e esse era o objeto da tese kkkk).
A minha tese é um deslumbramento infindável com a capacidade de dizer coisas. E claro que quando certas coisas são ditas elas são interessantes, elas afetam coisas (era esse meu problema inicial: como a filosofia é algo que afeta). Mas no caminho me seduzi pelo palavrear.
Sem contar que me incomoda demais uma ideia que perpassa aquele trabalho que é a filosofia como uma espécie de ponto de vista privilegiado. Até acho que a filosofia tem valor, importância, relevância, mas diria isso hoje em dia sem lhe atribuir o papel de discurso-dominante.
Apesar de Platão achar qeu a filosofia é TUDO (ou justamente por isso), ler Platão curiosamente foi o que me permitiu um detox desse tipo de ideia e me fez começar a pensar o papel do discurso filosófico de outra forma.