O estranhamento histórico progressivo da linguagem filosófica
Uma coisa que eu tenho pensado mas caberia investigar melhor, é que sinto que tem um ponto em que a linguagem filosófica passa a ser estranhadas de nós mesmos, começam a explorar um nível de abstração que se afastam de uma inteligibilização ampla em nome da precisão.
[claro, me referindo ao que mais ou menos se identifica como “tradição ocidental” — ignoro aqui como ou se esse movimento se dá em outras tradições]
Isso é uma impressão de quem tem um conhecimento de amplitude da história limitado, claro. Mas tenho a impressão que no início da modernidade (Descartes, Espinosa) as coisas ainda são em “nossos termos”. Com Kant (mas não quer dizer que começou ali) começa a ficar estranha.
Mesmo que a coisa seja difícil, que seja complexa, parece que aos poucos vai se formando uma linguagem que não é imediatamente tradutível em uma linguagem cotidiana. Tou pensando — de maneira imprecisa — em como na física da newtoniana pra física quântica, tem uma distância.
Eu acho que se tem dificuldade em localizar os problemas. Como se o nível de traduções tivesse que se multiplicar. Claro, pode também ser simplesmente a minha dificuldade em entender e me localizar em certas conversas, de identificar o que é relevante, o que está se discutindo.