November 12, 2019

O equilíbrio do generalista e o detalhista

O problema é encontrar um gradiente adequado de mediocridade na escrita filosófica. Falo aqui de um ponto em que se abre mão da tecnicidade, da minúcia em nome do movimento, do avanço. O problema é que não existe filosofia das generalidades, sem minúcia, sem o relojoeiro.

Se a Crítica da Razão Pura é, pra mim, o modelo de obra (e irrepetível, obviamente, mas ainda assim acho que tem algo de paradigmático na sua estrutura, nas escalas que ela opera) é porque o Kant consegue equilibrar as disposições de um amante generalista com detalhes.

Articulação conceitual técnica e fina que não se deixa perder em discussões infinitas, pois o que está em jogo é um certo problema, que o obriga a deixar em aberto inúmeras questões em nome de um tratamento mais amplo.


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O compromisso implícito ao se utilizar jargões na filosofia Há um certo luxo em abdicar de palavras, certos jargões. Mover sem elas certamente dificulta a comunicação, traz mais atrito - e não são todas as
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Dosando simplicidade e complexidade Rolou agora uma interação entre um twitteiro e um político (que não vou comentar qual é, não perguntem, não é difícil achar) que me deixou um pouco