Nietzsche como um novo “velho oligarca”
Ficando com a impressão (cada vez que aparece mais trechos dele nas coisas que leio) que o Nietzsche é só uma espécie de repetição moderna do “Velho oligarca” (pseudo-Xenofonte) que escreveu sobre a democracia ateniense do V.
Não me surpreende nem um pouco que Nietzsche seja uma reedição desses oligarcas. Um desejo pela força que porém se ressente que a maioria comum (não-aristocrática) de fato tem mais força que as famílias tradicionais mas que possui um estilo que o torna extremamente sedutor.
Claro que Nietzsche acerta, mas ora como acaso (pois muito inteligente) e ora como quadro de um sintoma da modernidade e suas crises. Acho, porém, que o Nietzsche não-conservador, fabricação francesa, dificulta ver e situar esse mérito.
Talvez tudo seria mais fácil se essa geração francesa dos 60 fosse capaz de aceitar que tá tudo bem gostar(e extrair idéias e procedimentos) de obras de reacionários e conservadores (afinal, Céline, Jünger, Aristóteles!).