Leituras ruins de filósofos
Uma coisa que acho maravilhoso em “leituras” de filósofos é que não apenas leituras ruins (isto é, imprecisas, simplificadoras ou até equivocadas) podem ser bem férteis, como também podem ajudar (pelo “erro”) iluminar aquele objeto que elas leem de maneira ruim.
Nietzsche é um péssimo leitor em termos “historiográficos”, mas suas leituras muito provavelmente sáo mais férteis pra entender seus objetos do que boa parte das leituras precisas. O mesmo eu acho que dá pra dizer também das leituras do Aristóteles sobre Platão.
Ao mesmo tempo não significa que qualquer leitura tem essa capacidade. De alguma forma eu acho que isso se relaciona com a dimensão não histórica da filosofia. Mas acho que a justificativa desse ponto demanda uma ideia sobre o tempo da filosofia que ainda não entendo bem.
Isso eu acho que tem implicações pedagógicas profundas. Mas acho que é difícil saber como lidar com isso sem ser na base da tentativa e erro (ou talvez nem tenha outra forma).