Dificuldades da leitura contextualizada e da leitura imanente da filosofia
Eu fico tentando conciliar na minha cabeça sem sucesso duas ideias que acho que a princípio se opõem entre si. Por um lado acho que textos filosóficos sempre ficam mais ricos quando entendemos seus contextos (históricos, filosóficos etc).
Por outro lado, acho que se um texto filosófico não consegue se sustentar sem que ele seja lido contextualmente, de maneira relacionada a um conjunto específico de termos, então ele é um fracasso. Ou seja, os textos são tanto mais ricos quanto mais autonomizáveis.
Essa segunda ideia talvez esteja meio caricaturizada, mas tem a ver com tentar pensar o caráter transformativo que a filosofia deve ter. O que implica que em alguma medida é menos sobre o texto e mais sobre os efeitos do texto. Mas claro, difícil pensar isso sem relativismo bobo.
Como sempre eu estou implicitamente lendo a filosofia a partir da literatura. Acho que lá esss questão aparece de modo mais explícito, essas duas demandas.