May 12, 2021

Currículos e concursos na área de filosofia

O que eu aprendi nessa vida de concursos é que nunca foi mérito, sempre foi sorte (de cair seus pontos, de você estar num dia bom, da banca casar com você).

Não existe currículo bom”, não existem pontos bem preparados”, não existem anos de estudo e conhecimento do campo”, não existe reconhecimento dos pares” que sejam suficientes pra superar a proporção cada vez mais bizarra entre vagas pra professores e candidatos.

Conversando com o @silenus32 ele botou a coisa em termos que achei muito precisos. Em determinado momento os concursos viraram arbitrários (e entra aqui também professores, no momento que a torneira fecha, querendo fazer de tudo pros seus” pegarem as migalhas que sobram).

Esse problema que tá atormentando concurseiros desde 2015 no mínimo (embora cada campo deve ter sua data mais específica) agora tá chegando nas pós-graduações com a falta de bolsas. É a mesma coisa, ganhar bolsa (ou perder) não diz muita coisa sobre seu mérito, mas da sua sorte.

E realmente me incomoda que esse excesso e desproporção acabe sendo ignorada pela maior parte dos pares (falo do meu campo, a filosofia). Claro que o pessoal fala de neoliberalismo, das novas condições de trabalho, mas tem pouca discussão sobre essa situação concreta entre nós.


Previous post
As ramificações do encontro Cassirer-Heidegger Davos realmente foi meio que um epicentro. Cassirer e Heidegger são os clássicos. Mas Carnap, Koyré, Cavaillés também assistiram os seminários.
Next post
Comentários a partir de uma argumentação de Prioli [comentários a partir de uma discussão entre Prioli e Monark no programa Flow em que ela deu um nó argumentativo nele] A impressão que tinha de que